terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Filmes de guerra. Canções de Amor.

Opa, opa, opa!

Engraçado como às vezes parece que toda a vida da gente contribui para sermos o que somos.
Sei que isso tá meio que parecido com auto-ajuda, mas o interessante da auto ajuda não é a obviedade do que estar escrito, mas dizer aquela obviedade toda em voz alta.

Falar em voz alta faz com que admitamos pra nós mesmos.....

E nessa de Manu-Rêtro achei ontem um CD acústico antigo do Engenheiros do Hawaii, e lá estava eu cantando no transito vespertino da Marginal Pinheiros enquanto satisfazia minha vontade de consumo olhando cada detalhe daqueles tanto carros maravilhosos desfilando a 20km/h, arrastando aqueles traseiros sedans na minha frente...... quase me hipnotizado..... (e eu quase batendo mue "calhambeque bi-bi" numa daquelas bundas psicodélicas só pra curtir um pouco mais algum detalhe na luz de freio dos caras).

Onde eu estava mesmo... Ah! Bem, lá estava eu e de redepente, não mais que de-repente estava cantando uma canção muito familiar pra mim.... de quando eu tinha doze anos e não sabia nada da vida. Foi então que eu descobri como ela era interessante.....


MUROS E GRADES
gessinger / licks

nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia
o medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia
então erguemos muros que nos dão a garantia
de que morreremos cheios de uma vida tão vazia

nas grandes cidades de um país tão violento
os muros e as grades nos protegem de quase tudo
mas o quase tudo quase sempre é quase nada
e nada nos protege de uma vida sem sentido

um dia super
uma noite super
uma vida superficial
entre cobras
entre as sobras
da nossa escassez

um dia super
uma noite super
uma vida superficial
entre sombras
entre escombros
da nossa solidez

nas grandes cidades de um país tão surreal
os muros e as grades nos protegem de nosso próprio mal
levamos uma vida que não nos leva a nada
levamos muito tempo pra descobrir
que não é por aí... não é por nada não não,
não, não pode ser... é claro que não é ?
SERÁ?

meninos de rua, delírios de ruína
violência nua e crua, verdade clandestina
delírios de ruína, delitos & delícias
a violência travestida faz seu trottoir
em armas de brinquedo, medo de brincar
em anúncios luminosos, lâminas de barbear

um dia super
uma noite super
uma vida superficial
entre cobras
entre as sobras
da nossa escassez

uma voz sublime
uma palavra sublime
um discurso subliminar
entre sombras
entre escombros
da nossa solidez

viver assim é um absurdo (como outro qualquer)
como tentar o suicídio (ou amar uma mulher)
viver assim é um absurdo...

Eu tinha 12 anos naquela época, época na qual sem saber o já sabia o que havia de errado comigo e com o mundo à minha volta. Nunca havia prestado atenção na letra dessa canção, nunca havia dado crédito ao Guessinger e sua trupe O Papa é POP. Estava errada. Há muito mais verdade no obvio, que tal como auto ajuda, às vezes precisa ser dito bem alto pra ver se alguém, algum dia quem sabe, ouve.

3 comentários:

Carol M. disse...

Ai, Manuca agora pegou gosto pelas postagens. É isso aí mesmo! Marossa tem orgulho de você, mujer de las laminas!

Engenheiros faz parte da trilha sonora maníaco-depressiva- gordinha-chata-moralista da minha tenra adolescência. Os caras eram bons (pelo menos eu gostava deles). Tem um trecho de uma música que eu adoro, mas não lembro o nome: "pra ser sincero não espero de você mais do que educação..."

Beijocas todas!

ana rüsche disse...

engenheiros passa. legião entala na porta. eu gostava mesmo é da bunda do bono vox. e do nariz do cara. hahá. adolescência é uma fase engraçada.

agora que sou adulta sou uma pessoa séria.

um abraço,

Geraldo disse...

Ei, Manu, fiquei sabendo que a Srta. estará estando na Europa! Até quando? Pretendo fazer uma viagem longa por lá entre maio e setembro, começo em Lisboa e circulo bem devagarinho até chegar em Paris, onde fico até 2008.

Passa tuas coordenadas!

Beijos!