segunda-feira, 2 de junho de 2008

Alguma coisa está fora da ORDEM?!

Fora da nova ordem mundial... Rende uns minutinhos de reflexão, não?




Vapor barato, um mero serviçal do narcotráfico

Foi encontrado na ruína de uma escola em construção

Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína

Tudo é menino e menina no olho da rua

O asfalto, a ponte o viaduto ganindo pra lua

Nada continua

E o cano da pistola que as crianças mordem

Reflete todas as cores da paisagem da cidade que é muito
Mais bonita e
Muito mais intensa do que no cartão postal

Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...


Escuras coxas duras tuas duas de acrobata mulata

Tua batata da perna moderna, a trupe intrépida em que fluis

Te encontro em Sampa de onde mal se vê quem sobe ou desce a rampa

Alguma coisa em nossa transa é quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova, parece fogo, parece, parece paz
Parece paz

Pletora de alegria, um show de Jorge Benjor dentro de nós
É muito, é muito, é total

Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...


Meu canto esconde-se como um bando de Ianomâmis na floresta
Na minha testa caem, vêm colocar-se plumas de um velho cocar

Estou de pé em cima do monte de imundo lixo baiano
Cuspo chicletes do ódio no esgoto exposto do Leblon
Mas retribuo a piscadela do garoto de frete do Trianon

Eu sei o que é bom

Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem
Apenas sei de diversas harmonias possíveis sem juízo final

Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...

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